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Joel Rocha

Crítica do filme "Roma", por Joel rocha

Roma abre na água derramando em telhas. Nós ouvimos esfregar, vemos bolhas e um reflexo na água de um avião voando pelo céu. Neste pequeno momento - um momento em que nem sequer vemos os personagens principais - diz mais sobre o que é este filme do que alguns filmes podem fazer com todo o seu tempo de execução. No entanto, Roma nunca faz jus a essa sequência de abertura.

O diretor Alfonso Cuarón nos leva ao neorrealismo para construir a estética do filme. Roma é uma história sobre classe social, filmada em locais reais - Cuarón atirou em uma casa perto da casa em que ele cresceu no México. - E estrelando a estreante Yalitza Aparicio, como Cleo

Cuaron é um mestre entre diretores - um homem capaz de trabalhar em diferentes gêneros, adaptando as histórias de outros e os seus, mas principalmente para trazer verdade e honestidade aos filmes que ele conta. Ele faz tudo isso ao mesmo tempo, visualmente e esteticamente, movendo a forma da arte para a frente. Alfonso decidiu filmar seu próprio filme desta vez - provavelmente devido ao quão pessoal o filme é para ele. Seu uso do espaço dentro da grande casa do bairro de Roma faz muito para tornar a casa arejada fria e solitária. Ele muitas vezes atira através de portas, em outras salas - tiros tão largos que você pode ver alguém a dois quartos de distância, mas obter toda a imagem do primeiro andar. Sua câmera geralmente segura e deixa os personagens entrarem e saírem, seguindo-os apenas até onde uma panela vai. Se uma parede os obscurece, então deve. Quaisquer segredos que eles têm estão por trás das paredes, por assim dizer.

Uma das escolhas mais bem-sucedidas que Cuarón fez para este filme foi escolher o não-ator Yalitza Aparicio como Cleo. Ela é uma atriz sem nenhuma bagagem anterior, então nenhum papel anterior pode ser associado a ela. Para este filme, ela é apenas Cleo, la se torna exatamente o que o diretor quer: uma tela em branco para projetar sua infância.

Roma é um filme nostálgico. Cuarón encontra a hora e o local exatos, mas sente falta da história. Sua câmera encontra Cleo e Sofia, mas nos conta a perspectiva de Cleo dos eventos. Isso fica confuso quando não é exatamente a memória de Cleo, mas de Cuarón. A chave da memória é a importância. O que vale a pena lembrar nem sempre é o que você lembra. Ainda assim, Cuarón pratica com paciência e cuidado, mas o público.

confira o trailer : https://www.youtube.com/watch?v=fp_i7cnOgbQ


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