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Yasmin Dunley

Crítica do filme "Eu Não Sou Um Homem Fácil", por Yasmin Dunley

Comédias românticas podem facilmente remeter àquele humor “pastelão”, mas não na produção original francesa da Netflix “Eu Não Sou Um Homem Fácil”. Com roteiro e direção de Éléonore Pourriat, o filme retrata com acidez sutil a vida do completo machista Damien (Vincent Elbaz) que, de repente, se encontra num mundo femista, matriarcal.

Inspirada no próprio curta de 2010 “Maioria Oprimida”, Pourriat continua a retratar o sexismo brutal: e funciona pra muita gente. O site Metacritic revela a nota 8.6 para o filme, enquanto influenciadores brasileiros também o recomendam: “...são coisas tão sutis que você quando repara, fala ‘no meu mundo as mulheres sofrem isso...’”, comenta em seu vídeo Alexandra Gurgel, do canal “Alexandrismos”.

Numa realidade onde papéis políticos, econômicos e até mesmo de pressão estética são invertidos, os homens têm de se unir para lutar por seus direitos, e se não estava antes, fica então claro o desejo alegórico da diretora e roteirista: inserir o predador no lugar da presa como forma de criar empatia com o que há no mundo real.

“Eu Não Sou Um Homem Fácil” é o desenho em sua forma mais clara do que é o machismo - mesmo que com a necessidade de inverter papéis para findar entendimento. Pourriat promete e entrega ao espectador com doses certas de humor e acidez uma crítica à dura verdade de um mundo sem equidade de gênero.


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