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Anna Beatriz Grimauth

Crítica do filme "Infiltrado na Klan", por Anna Grimauth

O ganhador do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, Infiltrados na Klan, conta a história de um policial negro do Colorado que se infiltra na "Ku Klux Klan", no ano de 1978. Sem perder o tom dramático, a história inspirada em um caso real, consegue divertir o público mesmo lidando com questões complexas, em contraponto o fazendo refletir sobre racismo e em algumas cenas, o deixando desconfortável.



Por trás do filme tem uma grande mente do cinema americano: Spike Lee. O cineasta dirigiu, co-escreveu e participou da produção do filme. Lee faz uma grande homenagem ao Blackspotation (movimento cinematográfico dos EUA, em que diretores e atores negros começaram a produzir diversos filmes) na fotografia e no humor típico do gênero, e podemos observar essa referência direta ao período até no cartaz do filme. A crítica de filme Ann Hornaday, do jornal americano "The Washington Post", disse em sua coluna que Infiltrados na Klan “é o melhor e mais necessário filme do Spike Lee em anos”.




Com seus 61 anos, o diretor deixa nesse filme sua marca registrada: a conscientização sobre os problemas étnico-raciais dos Estados Unidos. Nascido em Atlanta, em uma época marcada pelos conflitos de preconceito racial e da luta dos negros nos EUA, ele se consagrou como ícone no cinema em 1989 com o filme “Faça a coisa certa”, em que, novamente, une o humor com as tensões raciais no cotidiano dos moradores do Brooklyn, curiosamente o lugar em que o cineasta foi morar quando tinha três anos.



Apesar dos grandes trabalhos de Lee, Infiltrado na Klan foi a primeira indicação dele ao Oscar de Melhor Diretor. O observatório do cinema disse que “Lee, conhecido por seu trabalho Incendiário, novamente grita com o público explicitando sua mensagem anti-racismo a todo o momento e concentrando os holofotes sobre o ressurgimento de discursos perigosos, nos EUA e no mundo”.


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