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kamilly Doria

Crítica do filme "Coraline", por Kamilly doria

A assustadora e intrigante animação “Coraline e o Mundo Secreto”

Longa mostra a realidade e os valores do dia a dia ligando o imaginário ao mundo real


“Cuidado com o que você deseja”, é uma das frases mais marcantes do filme stop motion “Coraline e o Mundo Secreto”. Logo de cara, vemos uma casa cor de rosa, rodeada por um jardim completamente sem vida, passando por um cenário do colorido à escuridão. Coraline e o Mundo Secreto, dirigido por Henry Selick, é uma animação onde todas as idades se interessam, mas a mensagem do filme fica, especialmente clara, para o público mais velho repensar sobre os valores do dia a dia.


Produzido com a técnica stop motion, que utiliza modelos reais em diversos materiais, com recursos da tecnologia de máquinas fotográficas e computadores, a animação é baseada na obra literária de Neil Gaiman e conta a história de Coraline, uma menina que se muda com os pais para uma casa cor de rosa um pouco assustadora, dividida para outros três inquilinos, localizada no meio do nada. Os pais de Coraline não lhe dão atenção, e passam o tempo todo trabalhando e escrevendo livros de jardinagem, mesmo não gostando de jardins. Muito curiosa, Coraline sai explorando o terreno da casa e, acaba encontrando, um garoto estranho que é neto da proprietária da mansão, além dos três outros inquilinos; duas senhoras que já foram atrizes de teatro e que, hoje, vivem do passado junto com seu cão Terrier e vários outros empalhados pelas paredes da casa e, por fim, um malabarista louco que tem um circo de camundongos saltadores dentro da própria casa.


Nesse ambiente desagradável e infeliz para Coraline, a menina esbarra em uma porta secreta que se abre para um outro mundo, uma espécie de outra dimensão, composto pelas mesmas pessoas do mundo real; seus pais alternativos só dão atenção a ela e seus vizinhos são mais amigáveis e interessantes. A diferença deste mundo para o real é que, todas as pessoas têm botões no lugar dos olhos, e com o decorrer da trama, ela descobre que nada é perfeito e que não é nada seguro estar nesta outra dimensão.



Coraline é uma história que assusta as crianças e envolve os mais velhos, que conseguem analisar e retirar do filme, a realidade e os valores do dia a dia. A fotografia da animação trabalha com uma iluminação que causa deslumbramento e assombração ao mesmo tempo.


Na visão de Ritter Fan, do portal Plano Crítico, apesar de ser vendido como uma obra infantil, Coraline não é somente para os pequenos. “Só o conceito de botões no lugar de olhos – tal qual bonecas antigas – já é bastante tenebroso, algo que, quem conhece, sabe ser bem no estilo de Neil Gaiman”, diz Ritter.


Mas para o crítico, o que realmente retira Coraline da categoria de “filmes para criancinhas”, é sua atmosfera gótica e escurecida. “O design de produção é preciso na criação de elementos fantásticos que assombram pela originalidade, sem se preocupar com a beleza em seu conceito pasteurizado que aprendemos a gostar. Somos forçados a nos despir do que esperamos para sermos agraciados com generosas doses de originalidade e, sim, genialidade”, explica Ritter.


Henry Selick, diretor do filme, tem em seu currículo grandes obras de animação, como O Estranho Mundo de Jack (1993), que contou Tim Burton como roteirista, e Frankenweenie (2012), também ao lado de Tim Burton e Jules Bass.


Para Robledo Milani, do portal Papo de Cinema, o crítico diz que mesmo um tanto assustador para crianças pequenas, o filme parece ter encontrado seu público. “E este é justamente aquele espectador apto a apreciar uma obra de arte inteligente, criativa e sem medo de ousar”, diz Milani.


Ao finalizar sua crítica, Ritter Fan diz que a história conta com uma mensagem importante e muito necessária nos dias de hoje, para se dar valor ao que você tem. “Roteiro impecável, somada à realmente impressionante qualidade do stop-motion, torna Coraline um grande filme para todas as gerações”, conclui Ritter.


De fato, Henry Selick conseguiu conquistar, além de um público infantil, prender a atenção para um público mais velho e crítico, podendo absorver a ideia do filme, que é mostrar que se pode ser feliz com o que se tem e dar atenção ao que está à sua volta.




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