Criador de sucessos como: E.T, Tubarão e Indiana Jones, Steven Spielberg levou as telas, em março de 2018, a adaptação de Jogador N° 1, um livro futurista de Ernest Cline.
A criação distópica de Cline, apesar de se passar nos anos de 2045, na região de Columbos, em Ohio, é bem devota ao fim dos anos 1970 em diante. E para os que vivenciaram essas décadas, a película é um deleite de referências memoráveis da época. A começar pela trilha sonora que traz um clássico do final da década de 70. Interpretada por Prince, a faixa que abriu a trilha de Jogador N° 1 é “I Wanna Be Your Lover”. Enquanto os Avatares Parzival e Artemis dançavam numa discoteca do mundo virtual no Jogo Oasis, Prince fazia trilha com seu maior sucesso da época. Porém, além de “ I Wanna Be Your Love”, outros sucessos inesquecíveis também foram reverenciados no filme: “ Everybody Wants To Rules The World” do Tears For Fears, “ Just My Imagination” do The Temptations e “Stand On It” do Bruci Springsteen são alguns exemplos.
Além das referências musicais, a inserção de personagens de sucesso da década de 90 foi algo de bastante sucesso no filme. Carro do Batman, King Kong, De Volta Para O Futuro, O Iluminado (que por sinal, mostra cenas bem fidedignas ao filme original), Freddy Krueger e muitos outros fizeram parte do elenco.
De acordo com a crítica de Carlos Boyero no El Pais Brasil “Está claro que o visionário e magnata Spielberg descobre antecipadamente o que deseja o grande público, inventa vilões inesgotáveis, revitaliza gêneros e impõe gostos. Isso se passou com o Tubarão Assassino, Os Contatos de Terceiro Grau, Os Poltergeists, Os Goonies, Os Dinossauros, As Aventuras de Indiana Jones, Os Transformers e, agora, os videogames em Jogador N° 1. E imagino que esse olfato lhe permita ser mais rico que Crasso, mas o que me apaixona em seu cinema são outras coisas, não sua liderança absoluta do mercado”. Ao final de seu texto, Boyero revela mais alguns comentários de sua visão crítica do filme e afirma que desconhecer os segredos dos videogames talvez não o legitime para criticar a história que Spielberg narra, mas pode, sim, se queixar do imenso tédio que o causou uma história frenética e cheia de ruídos, perseguições e combates entre avatares. E tampouco tem o menor poder de comoção as pessoas reais, encabeçadas por um garoto melancólico e deprimido cuja a via de escape de sua realidade é participar de uma corrida virtual que tem como prêmio herdar a fortuna de um falecido dono de uma resplandecente empresa de informática. No entanto, eu descordo de Carlos Boyero quando ele afirma que a história não tem o menor poder de comoção as pessoas reais, pois acredito que o filme tenha feito feliz muitas pessoas que, diferente dele, conhecem os segredos dos videogames e se deliciaram com o sentimento bom de “Deja-Vu” que o cineasta remete com a trama. Além de uma chuva de referências, o filme enfatiza uma crítica disseminada por Ernest Cline em seu livro, que se encaixa cada dia mais em nossa realidade. Estamos cada vez mais preferindo o mundo virtual e esquecendo que existe uma vida a ser vivida fora das telas e óculos de realidade aumentada.
Em uma entrevista ao Fantástico, em março de 2018, Steven explica que ele usa essa visão sombria do futuro como um alerta, para mostrar a que ponto nós não devemos chegar. Para que a gente nunca precise de um escape como o Oasis.
Roberto Cunha, da revista eletrônica Preview afirma que Jogador N° 1 é extremamente sensorial. E explica ainda que o filme é recheado do começo ao fim das referências afetivas – sonoras e visuais – e que para ele é fácil afirmar que Spielberg voltou com tudo para a ficção científica após Guerras dos Mundos (2005) e provou ser capaz de fazer uma aventura “pipoca” para la de especial, muito distantes de recentes projetos sem sal. Segundo ele, a película é imperdível. O jogador N° 1 é sensacional e sensorial.
Em uma entrevista ao Fantastico, em março de 2018, Steven explica que ele usa essa visão sombria do futuro como um alerta, para mostrar a que ponto nós não devemos chegar. Para que a gente nunca precise de um escape como o Oasis.