Até o último Homem, de 2016, é um filme de Mel Gibson que conta a história de um personagem, de certa forma bem contraditório. Desmond Doss, interpretado por Andrew Garfield, é ao mesmo tempo um jovem cristão pacifista e temente a Deus, e um soldado do Exército alistado para a Segunda Guerra Mundial, que se recusa a tocar no armamento e diz estar disposto a ir para a Guerra apenas para salvar vidas.
O filme inicia com um breve panorama sobre a infância de Doss, sua família e seu pai violento, que justifica a sua aversão às armas. Logo após, sua adolescência, o início do seu romance com Dorothy (Teresa Palmer) e o seu interesse pela medicina.
Preocupado com o futuro do seu país, o jovem Doss decide se alistar no exército, mesmo contra a vontade de sua mãe, e ao chegar, surpreende seus supervisores com a decisão de não tocar em um armamento. Essa decisão traz à tona uma reflexão sobre o homem bom, temente a Deus e que respeita o mandamento “não matarás”, que também deve ser um bravo soldado, que derrota seus inimigos para proteger sua nação.
Tudo isso resulta em uma mega produção, no que diz respeito a estética cinematográfica, com direito a sangue jorrando, membros dilacerados e até um lança chamas, tudo muito bem interpretado pelos dublês e trabalhado pela equipe de criação, um verdadeiro filme de guerra com todos os recursos audiovisuais necessários.
O crítico Lucas nascimento destaca que mesmo em um cenário infernal, “a força de vontade e fé de Desmond Doss garante momentos realmente emocionantes, vide o belíssimo plano onde o protagonista corre em direção à fumaça cinza do campo de batalha para resgatar membros de seu pelotão”.
Para o crítico Bruno Camelo “felizmente, Até o Último Homem não defende a postura do protagonista como única possível. O diretor Mel Gibson sugere que a conduta do oficial pacifista possui seu espaço no confronto, porém não exclui a necessidade de figuras centralizadoras como o sargento Howell (Vince Vaughn) ou o corajoso soldado Smitty (Luke Bracey), que maneja uma arma como ninguém” mas ainda assim, quando algum desses sofrem ferimentos durante a guerra, é o soldado Desmond Doss que toma a frente e os socorre.
Mesmo com todos os recursos utilizados, a produção se preocupou em não fugir da veracidade dos fatos, o que foi comprovado ao final da obra com partes documentais de entrevista com os personagens, incluindo o próprio Desmond Doss.