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Baleias feridas, tentativas de linchamento e um milionário da noite para o dia: Memórias do Correspo

  • Matheus Cossatis
  • 26 de mar. de 2017
  • 3 min de leitura

o autor, primeiro da esquerda, junto de seus colegas

Jornalista lança livro e exposição sobre reportagens do Jornal do Brasil na Região dos Lagos.



Ralph Bravo é jornalista formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e foi um correspondente, do extinto impresso Jornal do Brasil, na Região dos Lagos. Cobriu os principais acontecimentos ao longo dos seis anos em que ficou no periódico, desde 1985. Após anos escrevendo sobre os bastidores de cada matéria, resolveu juntar algumas de suas memórias e lançar o livro “Memórias do Correspondente” e a Exposição “Adeus JB”. “Eu trabalhava utilizando meu próprio carro e carregava sempre comigo uma máquina fotográfica 35mm. Batia meus textos em máquina de escrever, em laudas próprias fornecidas pelo jornal (…) passava as matérias por telefone ou telex e os filmes eram enviados de ônibus, através dos motoristas. O jornal mandava um contínuo na Rodoviária Novo Rio para retirá-los” relembra Bravo.


Dentre as diversas matérias que tem seus bastidores revelados, com cenas de ação, como quando a equipe fugiu de determinado evento por uma rota alternativa para serem os primeiros a chegar até um acontecimento, encontramos fatos trágicos, engraçados e até mesmo com pitadas de suspense. Por exemplo, notamos no livro o caso do misterioso ganhador do milionário prêmio de um concurso da Mega Sena do ano de 1988 em Cabo Frio: Cz$ (Cruzados) 286 milhões, pouco mais de um trilhão de reais atualmente. Após contactar diversas pessoas, e investigação profunda, os dias de apuração e trabalho duro tiveram sua recompensa: um desfecho com a identidade do dono do bilhete premiado revelada, e fotografia e matéria veiculada pelo JB. “Comecei a registrar os bastidores das reportagens meio na base da empolgação, sem um objetivo específico. No fim do dia, após passar o texto para a sede do jornal, no Rio, sentava-me novamente a máquina e colocava no papel cada detalhe de como aquela matéria havia sido apurada: os lugares que fui, os meios que utilizei para chegar até o local; as pessoas com quem falei; as reações de cada uma, e as conversas desde a ordem da chefia de reportagem até a remessa, em contato com os repórteres da rádio-escuta do JB, que era o setor que recebia o texto e o encaminhava a chefia de reportagem”, frisa Ralph que era na época o único correspondente de um periódico carioca na região.


Bravo cobriu também o caso do assassinato, igualmente no ano de 1988, a sangue frio de um vitrinista em Búzios, chamado Paulino. O homem de 22 anos, que trabalhava na boutique Robert Ferrer, foi morto com um tiro na testa em um restaurante da cidade, o assassino saiu pela porta da frente caminhando, entrou em um carro e fugiu. Muito se especulou sobre possíveis assassinos, cogitaram até que fosse alguém pertencente a Brigada Anti-Gay, de São Paulo, já que a vítima era homossexual assumido. Após muita investigação do jornalista, junto de seus colegas, e embasados também na investigação da polícia, chegou-se ao verdadeiro responsável pela morte de Paulino.


A obra acaba de ser lançada e conta detalhadamente como foi apurar, resolver impasses e quebra-cabeças que o jornalismo investigativo impõe a quem o faz, e Ralph Bravo o fez com a qualidade que o JB impunha a seus funcionários. Desde conversar com diversas pessoas, analisar quatro meses de indícios criminais a fim de descobrir um único suspeito, até mesmo revirar lixos atrás de uma única pista, o livro é realmente um prato cheio ao leitor que gosta de uma boa estória, e ainda melhor, uma história real.


Ralph planeja ainda uma exposição, intitulada “Adeus JB”, onde mostrará os recortes de 30 matérias impressas sobre a Região dos Lagos que fez, a maioria delas assinada. A exposição também contará com a exibição da última edição impressa do Jornal do Brasil, que atualmente é constituído apenas pela sua versão online. De acordo com ele, o livro e a exposição se completam.


Os interessados em adquirir o livro podem entrar em contato com o autor por intermédio do Facebook para mais informações, ou procurar a AEC na Universidade Veiga de Almeida.



 
 
 

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