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Balneabilidade da Lagoa de Araruama: uma riqueza natural que atrai turistas, sustenta famílias e mer

Rodrigo Marinho e Lívia Carla Rodrigues

A Região dos Lagos recebe muitos turistas durante todo o ano e principalmente no verão. As praias estão entre os maiores atrativos turísticos da região, junto com a beleza também nas áreas de mata. A Lagoa de Araruama, que corta as cidades da região, é considerada pelos ambientalistas a maior lagoa hipersalina do mundo e possui uma riqueza tanto na beleza quanto na vida marinha.

Muitos pescadores sustentam suas famílias com a renda que recebem a partir da pesca no local. Um lugar tão rico de cardumes já passou por períodos em que houve uma grande mortandade de peixes, como em 2016, por exemplo. Na época, o ambientalista e presidente da ONG Viva Lagoa, Arnaldo Villa Nova, disse ao jornal O Globo que acreditava que as causas mais prováveis eram o despejo de esgoto não tratado e a proliferação de algas que consumiam o oxigênio da água subitamente.

Sérgio Luiz é um dos pescadores da colônia em Iguaba Grande e sustenta a família com a renda que recebe da pesca na Lagoa de Araruama.

“É muito importante que as pessoas se preocupam em cuidar da nossa lagoa. Se a gente suja e não se preocupa em limpar, vai chegar uma hora que a natureza não vai mais aguentar e vamos ter que procurar outro meio de sustento”, contou Sérgio.

Atualmente, 72% do esgoto das cidades de Cabo Frio, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo e Búzios são tratados, de acordo com a Prolagos, concessionária que administra o serviço nas cidades.

Além da morte de peixes, o impacto do esgoto não tratado afeta também na saúde das pessoas. Por isso, a balneabilidade das praias do Rio de Janeiro é monitorada regularmente pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

A avaliação da qualidade da água é feita por uma comparação do nível de contaminação das águas por coliformes fecais. Quando o número deste tipo de bactéria está elevado, significa que as águas foram contaminadas por esgoto e não devem ser utilizadas por banhistas.

Analisando os dados da cidade de Iguaba Grande, a qualidade da água teve uma melhora significante nos últimos seis anos. O levantamento do Inea do ano de 2012 apontou que foram registrados resultados que indicaram que a água da Lagoa estava própria para o banho, sem restrições, apenas nos meses de outubro, novembro e dezembro. Em junho do mesmo ano a água estava própria, mas era recomendada com restrições. No restante do ano toda a área estava imprópria, não recomendada para o banho.

Já em 2018, o levantamento mostrou que de janeiro a setembro a água tinha qualidade aprovada para o banho, com exceção de dois pontos da lagoa no mês de janeiro.

O pescador Sérgio comentou sobre a melhora na qualidade da água.

“Uns anos atrás a água ficava mais barrenta, escura. Hoje a gente tem pontos que a água é transparente. Não é igual era há uns 25 anos, mas já dá pra ver uma grande melhora”, disse Sérgio.

O investimento em infraestrutura de saneamento nas casas e o tratamento correto do esgoto impacta diretamente na melhoria. De acordo com o Inea, as praias da Região dos Lagos foram as que mais avançaram em balneabilidade nos últimos quatro anos. Os dias próprios para o banho subiram de 62% para 91% nas praias da região.

Além de Iguaba Grande, as cidades de Búzios e São Pedro da Aldeia também aparecem no levantamento como cidades que têm todas as praias aptas para receber banhistas. Contudo, o Inea ressaltou que a região ainda tem locais não próprios para banho e recreação. Por isso, os trabalhos ainda precisam continuar.

Em relação às ações para fazer com que a balneabilidade melhore a cada ano, o presidente da Prolagos, Carlos Roma, disse em entrevista à Inter TV, afiliada Rede Globo na região, que a empresa pretende investir em novas obras e no combate ao despejo clandestino de esgoto na Lagoa de Araruama.

Uma região que tem a água como atrativo mundialmente reconhecido precisa buscar melhorar cada vez mais neste aspecto. E isso só é possível com o trabalho conjunto dos municípios, investindo na infraestrutura, concessionárias, garantindo o tratamento de esgoto e distribuição adequada e dos cidadãos, com o uso consciente dos recursos naturais.


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