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A influência do tropicalismo na carreira musical de novo talento da MPB

Joel Rocha e Larissa Vilarinho

O Tropicalismo surgiu em 1967 e quebrou as barreiras culturais presentes no Brasil, ao ter atitudes experimentais para a época e revolucionando a música e a cultura nacional. Apesar de já se ter passado 50 anos desde do início do movimento, a Tropicália continua influenciando novos artistas da MPB, um exemplo, é a cantora Julia Vargas, natural de Cabo Frio.

O movimento incorpora diferentes estilos musicais nas canções, como rock, samba, rumba, bolero e baião. Para a cantora Júlia Vargas, a Tropicália é uma forma de expressar a pluralidade e diversidade brasileira.

“Me influenciou com a contestação, enfrentamento, antropofagia, desconstrução que pra gente veio a se tornar reconstrução e ressignificação. Nossos corpos e música políticos”, disse Júlia sobre a forma que é influenciada.

A coach e cientista social, Verônica barros, destaca que a Tropicália foi tão importante para a década de 60 por não ter estabelecido um objetivo principal e utilizava a música como arma de combate político a ditatura militar que o país vivia. Ela explica, que por este motivo, o movimento foi muito criticado por aqueles que defendiam as chamadas “músicas de protesto”.

“Antes de qualquer coisa, os tropicalistas acreditavam que a inovação estética musical já era por si só uma forma revolucionária”, explica Verônica.

A Tropicália também transformou os gostos videntes da época, como a política, ao comportamento moral, ao sexo, a forma de se vestir e os estilos de cabelo.

O sociólogo, Fernando Nunes, conta que o movimento ousou ao colar-se à margem da repressão, à margem dos censores.

“A Tropicália talvez tenha sido o exemplo para muitos de que era possível, num regime fechado, ousar desobedecer. Depois dela, muitos outros grupos lançaram-se em lutas com a ditadura”, disse Fernando.

Um dos maiores marcos do Tropicalismo é o disco “Tropicália ou Panis et Circencis” de 1968. Ele é composto por 12 músicas que exploram duetos, o pop e a poesia. O título anuncia uma provocação, o nome “Panis et Circencis” (“pão e circo”) é apresentado como uma alternativa chata à promessa de alegria e rebeldia incorporada no movimento Tropicália.

As faixas são cantadas por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Mutantes, Rogério Duprat, Tom Zé, Nara Leão e Gal Costa.

Júlia Vargas conta sobre a influência do movimento em seu próximo álbum que vai ter uma maneira mais leve de falar das dores e questões do coração, “um disco de amor”, ela diz.

“Como um livro aberto. Um ser poroso em total entrega. Um momento água. Conhecer uma música que eu compus é como ler meu diário”, disse a cantora.

Muitos dos artistas que foram vinculados ao movimento, continuam com suas carreiras artistas atualmente. Fernando diz que as influências do movimento continuam vivas e são permanentes.

“Acredito que o “experimentalismo” daquele pessoal seja o ponto central das influências nos movimentos artísticos de hoje”, concluiu o sociólogo.

Verônica explica que a Tropicália residiu, acima de tudo, por conta de seu mérito artisticamente inovador que serviu para modernizar a música popular brasileira incorporando e desenvolvendo novos padrões estéticos.

“Nesse sentido, foi também um movimento cultural revolucionário que, embora muito criticado no período do seu surgimento, influenciou diretamente e inspirou poeticamente todas as gerações musicais brasileiras nas décadas seguintes”, explicou a coach.

Muitas pessoas que viveram na época do tropicalismo ainda lembram da importância do movimento, como José Roberto Mendes, que na época tinha 20 anos, ele conta que a Tropicália assustou no início, pois o mundo das valsas, boleros, samba, tango foi invadido por um novo ritmo musical.

“Vieram novas roupas e um novo olhar para o outro. Assim de susto inicial o tropicalismo com sua simplicidade e irreverencia foi impregnando a alma jovem. Tropicalismo é um cadinho que misturou tudo e nesta alquimia nos trouxe o gingado da bossa”, relata José.

Confira abaixo o último albúm da Júlia Vargas:

https://open.spotify.com/album/1lSFwrhKme84SspFHYvwGz


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