Crise econômica deixa pessoas sem saneamento básico
A água é um recurso essencial e, a princípio, inesgotável. Ainda assim, boa parcela da população brasileira não tem acesso à água potável (cerca de 35 milhões, segundo pesquisa do Instituto Trata Brasil), e muito menos um saneamento básico eficaz. Na Região dos Lagos, do Estado do Rio de Janeiro, as cidades como Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia, recebem o saneamento básico pela Prolagos, que é a concessionária responsável pelos serviços e leva água tratada para muitos, porém, as altas taxas de desemprego, devido à crise econômica do país, dificultam que todos tenham acesso a esse tratamento.
As moradoras de Arraial do Cabo, Mayla Araújo e Mary Rizzo, dizem não possuir água tratada, pois estão desempregadas, e não tem condições de pagar. Para cozinhar, recorrem à casas que tem o tratamento de água pela Prolagos, mas para outros fins, elas precisam utilizar água de poço. “Problemas de saúde nunca tivemos, mas de estética sim... dentes amarelados, peles e cabelos ressecados”, comentam. A Flávia Targa, engenheira ambiental, alega que tomar água de poço não causa problemas à saúde, desde que não contaminado, e por isso deve-se analisar com freqüência, principalmente em épocas mais secas. Ela ainda acrescenta que, os problemas mais sérios de saneamento estão em lugares mais pobres, como as periferias, por estarem em condições de maior vulnerabilidade social.
“O Estado acaba não trazendo políticas públicas de diversificação e de colocação desse saneamento nessas residências, que basicamente é uma necessidade da prefeitura, que em crise, adere às outras prioridades.” afirma o economista Guilherme Carvalhido, pois, segundo ele, a crise econômica fez com que diminuísse o avanço de pessoas que obtém o saneamento básico, que já era um problema anteriormente, mas também afirma que tem outro aspecto importante nessa economia, que é o Estado, as prefeituras e o governo não fazerem obras básicas para os lugares mais pobres.