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Crítica da série "Sex Education", por Joel Rocha

Joel Rocha

A nova aclamada comédia sexual da Netflix traz o ponto central nas experiências de Otis, uma virgem de 16 anos, interpretado por Asa Butterfield, e a mãe, Jean, uma terapeuta sexual, interpretada por Gillian Anderson. Embora Otis cresça em um lar ostensivamente positivo para o sexo, ele possui um tremendo desconforto com relação ao ato. Ele não gosta de se masturbar e tem muito medo de ser sexual com outra pessoa. "Vamos levar as coisas devagar", ele diz a uma colega de classe, e eles passam a ficar de mãos dadas por 45 minutos.

Na série, a ambivalência de Otis com relação ao sexo é mostrada, pelo menos parcialmente, pelo constrangimento de viver com uma mãe terapeuta sexual que decora sua casa com arte explícita, bem como alguns grandes “dildos” (a casa é também o lugar onde ela aconselha casais e regularmente realiza oficinas). Apesar do fato de que Jean é uma terapeuta, ela possui problemas significativos com questões de limites, mantendo os homens com quem dorme à distância enquanto se fixa na vida pessoal do filho.

O toque lúdico em Sex education vem quando Otis oferece conselhos a um colega popular que é inseguro sobre o tamanho do próprio pênis. Quando Maeve, a rebelde da turma, vê como o conselho de Otis foi eficaz, ela sugere uma parceria: ela vai garantir clientes, e lidar com o lado comercial das coisas, enquanto Otis fornecerá terapia para os adolescentes que lutam contra todo tipo de preocupação sobre sua crescente sexualidade, da insegurança corporal aos medos sobre o processo real de fazer sexo.

Embora os críticos tenham ficado maravilhados com a combinação de sofisticação e entusiasmo da série, essa fusão remete a uma tradição de comédias adolescentes similarmente fundidas, de “American Pie a Big Mouth”, da Netflix. Muitos especialistas ao sacudirem os dedos, alertaram que a ascensão da cultura de consentimento afirmativo em escolas no ensino médio e faculdades mataria a divertida espontaneidade da sexualidade. O New York times destaca que Sex Education “explora o sexo como uma experiência de aprendizado sobre quem você é, o que você quer e como se relaciona com outras pessoas”.

Sex education é um espetáculo esperançoso, que insiste aos jovens que estão lutando para navegar os hormônios em um mundo, que muitas vezes é capaz de um verdadeiro crescimento emocional. Em particular, a representação de dois dos melhores amigos de Otis na série é simplesmente excepcional. O melhor amigo de Otis, Eric, interpretado por Ncuti Gatwa, é hilário, inteligente e exuberante. Em particular, o relacionamento de Eric com o pai, que claramente o ama, mas também tem medo de que ele cresça em um mundo homofóbico, é incrivelmente tocante. Da mesma forma, Maeve, em uma performance completa de Emma Mackey, é uma parte de Daria Morgendorffer e outra de Lisa Simpson, uma estudante verdadeiramente brilhante e engajada que simplesmente não tem nenhum apoio dos pais. Maeve de Mackey é uma pessoa completa, não apenas um objeto de desejo, e é ótimo ver como o relacionamento com Otis cresce à medida que eles ganham mais confiança e respeito um pelo outro.

Em última análise, sex education é muito menos interessada na mecânica do sexo do que no incentivo a verdadeira intimidade. Isso não significa que a série não seja

repleta de piadas de masturbação indecentes e desenhos escandalosos, mas o coração da série é em primeiro lugar sobre relacionamentos: entre pais e filhos, melhores amigos, gerações mais velhas e mais jovens, bem como jovens que entram e saem de amor. No movimento mais ousado, sex education insiste que não é apenas ouvir isso que ajuda na comunicação: é a própria vontade de crescer e mudar também.


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