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Crítica da série "Sherlock",por Julia Machado

Julia Machado

Sherlock é uma série de TV britânica produzida pela BBC. As histórias do detetive londrino, já saturada em adaptações para o cinema ou TV, ganham um novo frescor ao trazer os personagens de Sir. Arthur Conan Doyle para o século 21.


Benedict Cumberbatch é o encarregado de dar vida ao famoso detetive da Baker Street, e pode-se dizer que ele executa seu papel com brilhantismo. O ator transporta a inquietude, a arrogância, a genialidade e dificuldade de interação social de Sherlock para às telas, e deixa claro a personalidade do detetive consultor logo no primeiro episódio quando conhece Watson (personagem de Martin Freeman), e faz rápidas e inteligentes deduções sobre a vida do homem que acabara de conhecer.


A primeira temporada (2010) introduz os personagens e apresenta o cenário contemporâneo da história. A temporada termina no clímax da narrativa com a presença do vilão insano Jim Moriarty (Andrew Scott). Além das atuações, outro ponto alto da série é o excelente roteiro de Mark Gatiss, Steven Moffat e Stephen Thompson, com diálogos bem conduzidos e o enredo muito bem estruturado.



Luiz Santiago em sua análise no site Plano Crítico destaca sobre os episódios: “é tudo aquilo que um fã dos livros de Arthur Conan Doyle e da série gostaria de ver, só que melhor, considerando a proposta de produção. Não é exagero algum dizer que se trata de uma temporada perfeita em todos os sentidos”.



Em questão de roteiro, acredito que o episódio mais envolvente é “Um escândalo na Belgrávia” da segunda temporada. A história parte exatamente no ponto onde acabou a primeira temporada, com os protagonistas encurralados por Moriarty. Sherlock é chamado para resolver um assassinato misterioso, ao mesmo tempo que é convocado pelo irmão para recuperar fotos íntimas de um membro do alto escalão do governo que estão sob posse de uma doninatrix, Irene Adler, interpretada por Lara Pulver, que guarda as fotos em seu celular sob o pretexto de proteção. Sherlock descobre que além de fotos, Irene tem arquivos que põem em risco a segurança nacional.



Conhecida como “The woman” (A mulher), Irene elabora um complexo jogo de sedução e inteligência para extrair informações de Sherlock, que apesar de oferecer certa resistência gosta de exibir sua capacidade de dedução para ela. O detetive se vê a cada momento mais envolvido com a mulher, apesar de não responder suas mensagens de texto, fica claro que ele se preocupa com ela ao se isolar após descobrir sobre a suposta morte de Irene.

A trilha sonora aposta no violino para acentuar a relação das personagens e completar a fotografia, criando uma atmosfera de mistério e sedução principalmente nas cenas com Irene. Pulver e Cumberbatch tem uma química perfeita, e conseguem transmitir o desejo e o combate de intelecto que cercam Irene e Sherlock. Freeman equilibra a trama como Dr. Watson que traz a humanidade de Sherlock à tona em alguns momentos.


O episódio termina com a junção de todos os conflitos apresentados, o misterioso assassinato sem arma e sem assassino aparente, a dominatrix misteriosa, e o vilão Moriarty se unem em uma resolução do detetive nos últimos minutos da trama. O fim do episódio não deixa a desejar e mostra a força da personagem de Lara Pulver em sua excelente interpretação na pele da dominatrix.


João Miguel do site apaixonados por séries fala da dificuldade de desenvolver uma história baseada em conteúdo já produzido, e conta que apesar disso, a série obteve sucesso. “Assim como nos três primeiros telefilmes, elementos dos livros servem apenas como base (e alusões esporádicas), mas a história segue rumos próprios.”


Em “Os cães de Baskerville” há uma adaptação da história original, trazendo um tom mais fantasioso ao seriado. O surgimento de um suposto cão gigante assassino intriga os moradores de Baskerville e após muita insistência Sherlock aceita investigar o caso. O episódio é bem escrito assim como os outros, porém não é tão cativante como o antecessor, e parece um pouco desconectado do contexto dos outros dois episódios, que se passam em Londres e seguem a linha dos crimes de Moriarty.


O episódio aborda outro aspecto humano pouco experimentado pelo protagonista. O medo e a falha tentativa de racionalização deixam o detetive consultor ainda mais inquieto. O enredo tem um bom desfecho que conclui a história.


Por fim, o último episódio “A queda de Reichenbach” finaliza a temporada de modo esplêndido. Com o retorno de Moriarty à trama principal, o vilão tenta de todas as formas desestabilizar Sherlock, e inicia um plano de destruição de sua imagem pública, fazendo com que a população londrina e as autoridades considerem Sherlock o verdadeiro autor dos crimes que ele soluciona. Moriarty cria uma verdadeira armadilha para o detetive e o leva para o topo de um prédio disposto a fazer com que Sherlock cometa suicídio.


O final da temporada é surpreendente. A instabilidade de Moriarty leva ao ponto alto do episódio que traz uma nova roupagem a famosa cena em que Sherlock salta das cataratas de Reichenbach, concluindo com excelência o incrível trabalho feito na primeira temporada e deixando o espectador ainda mais ansioso pela sequência da série.


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