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Juliana Gandard

GINÁSTICA: O ESPORTE QUE FAZ VOAR

Said Rocha em um movimento de ginástica. Foto: Frederico Santa Rosa.

Cambalhotas. Piruetas. Estrelinhas. Saltos mortais. Dança. Movimentos que costumam ser muito usados na infância, sobretudo, em brincadeiras, são também os principais elementos para quem pratica ginástica, um esporte que requer força, flexibilidade, disciplina e, principalmente, determinação.


“Desde criança eu gostava de ginástica, assistia pela televisão e imitava as poses. Quando me mudei para Cabo Frio, minha mãe quis me colocar em algum esporte e escolhi a ginástica. Eu não era boa. O meu início foi um desastre (risos), mas com muita determinação eu consegui evoluir bastante”, expressa Bianca Ferreira, atual campeã brasileira de Ginástica de Trampolim na categoria Elite.


Bianca com a medalha de ouro no Campeonato Brasileiro, em Goiânia. Foto: Arquivo pessoal.

A palavra ginástica vem do grego “gymnádzein”, que significa “treinar”. A prática da atividade se originou na Grécia Antiga, através dos exercícios físicos feitos pelos soldados. Naquele momento a performance chegou a ser proibida por ser considerada perigosa e de alto teor revolucionário. Porém, a ideia do esporte ganhou tanta força que as pessoas continuaram praticando. Até que, em 1881, foi fundada a Federação Europeia de Ginástica (FEG), em Liege, na Bélgica.


O esporte tem várias modalidades. Entre elas, a mais conhecida é a Ginástica Artística, também chamada de Ginástica Olímpica. Isso porque ela era a única modalidade a participar dos Jogos Olímpicos (Atenas, 1896). Com a entrada da Ginástica Rítmica (Los Angeles,1984) e de Trampolim (Sydney, 2000) nas Olímpiadas, a ginástica olímpica passou a ser chamada de ginástica artística.


Não importa a modalidade, todas são capazes de impressionar. Tanto que a beleza dos movimentos, leveza nos saltos e sensação de voar são um dos principais motivos de atrair pessoas para o esporte, seja praticando ou apenas assistindo.


“Desde pequena fiz várias atividades. Passei por muitos esportes, e me identifiquei de cara com a ginástica, porque sempre tive força, muita garra e coragem. Eu via as pessoas em roda de capoeira dando salto mortal, e meus olhos brilhavam. Aquilo sempre me atraiu. Já sabia fazer os movimentos básicos da ginástica só de assistir e tentar, eram sem técnica, mas eu me arriscava”, relata Ana Paula Mendes, ex-atleta e técnica da Ágil em Cabo Frio.


Assim como Bianca e Ana Paula, o atleta Said Rocha também sempre gostou de ginástica, mas como não tinha em Cabo Frio ele treinava sozinho, imitando o que via na televisão. Até que em 2012, o pai dele soube que estava sendo realizado atividades de ginástica no Poliesportivo da cidade. Tanta determinação fez com que Said chegasse ao Campeonato Sul-Americano em 2016 e saísse de lá com a medalha de ouro.


“Foi muito gratificante, e é gratificante representar o Brasil. Foi na Colômbia que ganhei o Campeonato Sul-americano. Treinei muito pra chegar lá, passei muito sufoco também. Mas dei o meu melhor e ganhei. Foi muito bom”, admite Said, também hexacampeão brasileiro.


ÁGIL


A Associação de Ginástica da Região dos Lagos foi fundada em 2017 através da união dos professores Edson Olaendre e Ana Paula Mendes, pais e ginastas da região. O objetivo da Ágil é consolidar o esporte na Região dos Lagos, e tem como modalidades a Ginástica Artística e Ginástica de Trampolim. Essa última é a modalidade em que eles mais têm competido no momento.


“Já é normal pra mim competir em outras cidades (risos). Eu gosto muito de viajar, é divertido. Um dos meus momentos mais importantes foi quando consegui fazer um movimento que eu não sabia na primeira competição de que participei, e acabei ficando em terceiro lugar no campeonato brasileiro de 2015, em Itabira”, diz Hosana Abreu, atual campeã estadual no Tumbling.



Hosana realizando o tumbling no Campeonato Estadual, no Rio de Janeiro. Vídeo: Arquivo pessoal.

O Tumbling é um aparelho da Ginástica de Trampolim. Para esse exercício, o atleta utiliza uma pista de 25 metros, onde ele corre para ganhar velocidade e força de impulso e, assim, realiza uma série de mortais e piruetas.


GINÁSTICA DE TRAMPOLIM


O esporte foi criado pelo ginasta norte-americano e professor de educação física George Nissen. A ideia surgiu depois de observar trapezistas de circo, que pulavam e faziam acrobacias na cama elástica. Empolgado com o projeto, ele construiu uma cama elástica e começou a praticar, criando, assim, regras para a modalidade. Entre as suas provas, são disputadas: trampolim individual (única olímpica), trampolim sincronizado, duplo mini-trampolim e tumbling.


GINÁSTICA ARTÍSTICA


Nessa modalidade competem tanto os homens como as mulheres. Porém, algumas provas são distintas. No feminino, são disputadas provas de solo, salto, barras assimétricas e trave de equilíbrio. Já no masculino, as provas são: barra fixa, barras paralelas, cavalo com alças, salto, argolas e solo.


Para Emilene Bonifácio, foi um sonho realizado a sua filha querer fazer ginástica artística.


“Eu sempre fui apaixonada pela ginástica artística, mas não tive a oportunidade de frequentar, já que não havia perto de onde eu morava. Então eu acompanhava pelas mídias tudo que era relacionado. Até que um dia chegou um bilhete na agenda da antiga escola das minhas filhas, em Petrópolis, de que haveria aulas de ginástica artística. Fiquei muito empolgada, porque essas aulas seriam dadas pela treinadora de campeãs e referência internacional na área, Georgette Vidor, que tinha acabado de criar um polo do centro de treinamento na escola onde a Kyra estudava”, conta Emilene.


Atualmente, Kyra faz ginástica na Ágil e, além de aprender, se diverte.


“Eu gosto da ginástica, porque eu treinei, treinei. Adoro fazer estrela, ponte, rolamento e espacate”, responde a pequena, de apenas seis anos.


Kyra no treinamento da Ágil. Foto: Arquivo pessoal.

GINÁSTICA PARA A VIDA

Diferentemente da Emilene e da Kyra, a atleta Laís Gusmão, de 14 anos, não queria fazer ginástica, mas com o tempo se rendeu ao esporte.

“A ginástica pra mim não é só um esporte, ela faz parte da minha vida. Me salvou muitas vezes em momentos difíceis”, afirma.

Até na praia, Laís aproveita seus momentos com a ginástica. Foto: Arquivo pessoal.

Dessa forma, é nítido que a ginástica é muito mais do que um simples esporte. Ela transforma vidas, cria laços, momentos importantes e diversão.


“A ginástica me formou como pessoa. Me ensinou a ter disciplina, a lidar com o psicológico. Tem coisas que eu aprendi lá que vou levar para a vida toda”, finaliza Bianca.


Além disso, o esporte traz vários benefícios para a saúde e ajuda a relaxar. Para conhecer essa atividade é só entrar em contato com a Ágil. Eles oferecem aulas experimentais, que fazem o indivíduo “voar” por um momento no mundo da ginástica.


Equipe da Ágil no Campeonato Brasileiro de Ginástica de Trampolim, em Goiânia. Foto: Arquivo pessoal.

Telefone: (22) 99749-9161

Instagram: @agilginastica


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