Moradores recebem ajuda de ONG para enfrentar a situação precária
Por: Mateus Vandesteen, Matheus Pimentel, Victor Ávila, Nathan Barreto e Acsa Contesini
As regiões carentes no estado do Rio de Janeiro são áreas que sofrem hámuito tempo pela falta de saneamento básico e falta de segurança.Com o advento da pandemia de Covid-19,a situação teve uma piora acentuada.
A ONG “Corrente pelo Bem” busca ajudar as vidas dos moradores de Jardim Gramacho. A comunidade foi fundada por Rodrigo Freire e está perto de completar 11 anos de existência.
Segundo Rodrigo, os moradores dessa região vivem em situação de completa miséria, diferente das favelas da Zona Sul.Há 10 anos, ele abraçou essa causa, levando alimento e água para as pessoas. Também levou uma equipe multidisciplinar para cuidar da saúde da população.
Moradores recebem auxílio da ONG Corrente do Bem
“Devido à falta de saneamento básico, muitos moradores não têm banheiros em suas casas. Alguns têm fossas e outros nem isso.Fazem as suas necessidades no mato”.
A moradora Simone Xavier relatou que a coleta de lixo não é regular, o que causa transtornos, já que a comunidade precisa colocar o lixo nos dias certos para evitar que os animais mexam. A falta de água é outro grande problema, pois chega no domingo e acaba na quarta-feira.Para amenizar o problema, o mentor da ONG providencia carros-pipa e doações de garrafas d'água.
“A água, quando chega, vem suja e o pessoal da ONG doa garrafas d'água”, contou Simone.
Solange Silva é moradora de Maruim, região próxima a Jardim Gramacho. Ela disse que a situação do local é ainda pior com a falta d'água.Mesmo morando no asfalto, o caminhão-pipa não chega. O local tem mau cheiro provocado pelo esgoto a céu aberto, muitos casos de doenças de pele em crianças, além de muitos mosquitos.
Para Solange, na época em que a pandemia estava mais forte na região, a falta d'água impediu que muitas pessoas lavassem suas mãos, o que contribui muito para o avanço da Covid. Segundo ela, a região só é lembrada pelo governo na época de eleição.
Solange também disse que já informou a prefeitura e o governo sobre os problemas, porém, é sempre sem sucesso, pois em Jardim Gramacho e em regiões próximas, apesar de todos pagarem, a água nunca chega nas casas.Mas todos continuam pagando sem receber,porque senão o governo cobra e corta a água. Solange ainda ressaltou que, se não fossem as doações da ONG,a situação seria ainda muito pior, pois todos iriam ficar sem água em definitivo.
“Não tem ajuda de governo e de nada. Só mesmo em época de eleição que eles vêm, fazem aquela enganação deles e só, mais nada”.
Entrevista completa com Rodrigo Freire, presidente da ONG Corrente pelo Bem.
Entrevista completa com Solange, Líder comunitária de Jardim Gramacho.
Entrevista completa com Simone, Líder comunitária de Jardim Gramacho.
A falta de saneamento básico nos dias atuais deixa um alerta: há pessoas em situação muito precária e bem mais próximo do asfalto do que se imagina.Enquanto,no dia a dia de um civil de classe média, ir ao banheiro para fazer necessidades fisiológicas, tomar banho, escovar dentes, parece ser tão normal, para algumas pessoas são batalhas diárias. Na maioria das vezes,a sociedade já está tão adequada morar em regiões que têm saneamento básico que não para para analisar que coisas tão simples como essas não podem ser feitas com facilidade e segurança em outras residências.
Poucas pessoas sabem, mas a falta de saneamento básico mata, e muito, todos os anos, pois a ingestão de água contaminada e o contato com esgoto a céu aberto podem causar desde uma diarreia até inúmeras doenças, entre elas febre tifoide, febre paratifoide, shigeloses, cólera, hepatite A, amebíase, giardíase, leptospirose, poliomelite, ancilostomíase (amarelão),ascaridíase (lombriga), teníase, cisticercose, filariose (elefantíase) e esquistossomose.
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