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O presente e o futuro do saneamento básico nas comunidades do Rio de Janeiro

  • Foto do escritor: AEC
    AEC
  • 27 de set. de 2021
  • 5 min de leitura

Atualizado: 13 de out. de 2021

Por: Bismark Alves, Gabriel Kaufmann e Nathalia Ferreira


A água é uma das principais fontes de sobrevivência do ser humano, seja para hidratação ou uso pessoal e doméstico, como lavar as roupas e tomar banho. Porém, existem lugares com escassez desse recurso natural, o que pode ser justificado pela desigualdade social, bastante presente nas comunidades e favelas do Rio de Janeiro. O saneamento básico é um auxílio ainda muito raro em diversos lugares do Brasil, principalmente no estado carioca.

Segundo um levantamento feito pelo Instituto Trata Brasil, quatro cidades do Rio de Janeiro estão entre os vinte municípios do país com os piores índices de tratamento de esgoto, são eles: São Gonçalo, Duque de Caxias, Belford Roxo e São João de Meriti. O instituto completa dizendo que, atualmente, mais de 6 milhões de pessoas não têm coleta de esgoto no estado. Esses números mostram que apenas 37% das pessoas têm acesso à coleta, levando a questionar o porquê de diversas regiões do Rio de Janeiro sofrerem com a escassez de saneamento e outras não.

Em relação às principais dificuldades encontradas pela falta de saneamento básico em sua comunidade, Luiz Cláudio Pedro Pitta, de 55 anos, morador do Morro do Martins em São Gonçalo, afirma:


“Nosso bairro tem redes de esgoto, mas a ocupação irregular de terrenos nas encostas, aliada à falta de fiscalização, contribui para ligações clandestinas nas redes pluviais e despejo de lixo em terrenos baldios”.

(Foto registrada depois da coleta do dia em Morro do Martins. Reprodução/Luiz Cláudio Pedro Pitta)


Luiz também faz questão de expor os problemas que a Covid-19 trouxe com relação ao saneamento. “A pandemia criou muitas dificuldades para uma parte da população, principalmente as mais vulneráveis economicamente. A necessidade de higiene constante não é eficiente em nossa comunidade, pois o abastecimento de água é irregular nas partes mais altas e há dificuldade financeira para comprar todos os produtos de higiene”, declara.


Outro caso é o do morador do Complexo da Penha Bruno Goulart da Silva, de 37 anos. Ao comentar sobre problemas existentes por conta do saneamento, Bruno enfatiza sua indignação com a prefeitura do Rio de Janeiro.


“A principal dificuldade onde eu moro é o esgoto a céu aberto. As ruas têm muitos buracos e os moradores fazem de cada canto da comunidade uma lixeira, pois a prefeitura deixa tudo por conta da associação de moradores, que, quando querem, algumas vezes solucionam.”


O morador opina também sobre como solucionar esses problemas de forma rápida e prática, destacando a ausência do governo em momentos de necessidade.


“O primeiro passo para esses problemas serem solucionados é um maior apoio da prefeitura, que só faz algo para a comunidade em período de eleição e depois disso caem no esquecimento.”


Lixo jogado nas ruas do Complexo da Penha. Reprodução/Bruno Goulart da Silva


Grande parte desses moradores possui um pensamento em comum. Sem apoio, a melhoria nas questões que envolvem o saneamento básico nas comunidades do Rio de Janeiro não evoluirá. Atualmente, diversas empresas ao redor do mundo se responsabilizam por fazer e cuidar dessas atividades. Em breve, o Rio de Janeiro contará com um reforço importantíssimo na área. Trata-se da Águas do Rio.

A empresa, parceira da Prolagos – concessionária de serviços de saneamento na Região dos Lagos, se mostra uma verdadeira especialista no assunto. Será responsável pelo cuidado do saneamento básico em 27 municípios do estado do Rio de Janeiro. A missão é garantir o fornecimento regular de água, algo fundamental em tempos pandêmicos, tratar 100% do esgoto coletado e contribuir com a recuperação ambiental, realizando, inclusive, diversos tratamentos na Baía de Guanabara e Bacia do Guandu, sempre visando levar mais saúde, dignidade e qualidade de vida para os cariocas.


(Divulgação/Águas do Rio)


Em contato direto com a equipe de reportagem, uma das representantes da área de comunicação da Águas do Rio, Raphaela Valinas, informou que para melhorar o saneamento básico em diversas comunidades, a empresa investirá fortemente nessas regiões.


"Somente na capital do Rio de Janeiro já foram mapeadas 340 áreas não urbanizadas, onde será investido R$ 1,2 bilhão nos próximos anos para implantação de redes de abastecimento de água e esgotamento sanitário, promovendo qualidade de vida e dignidade para os moradores de comunidades. Mais de 750 mil pessoas serão beneficiadas com esse investimento.


Outro ponto a ser destacado é o fato da empresa entender o perfil dos moradores dessas áreas. A Águas tem conhecimento e fará de tudo para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.


Compreendendo as dificuldades da população de baixa renda, a Águas do Rio vai ampliar a Tarifa Social. Hoje, menos de 1% dos clientes possui este benefício. A empresa vai ultrapassar a meta contratual de 5% para facilitar o pagamento e dar acesso a esses serviços essenciais a um maior número de pessoas. A companhia também vai apoiar projetos para melhorar os índices de desenvolvimento humano dessas áreas, com foco principalmente na geração de emprego e renda, inclusão social, educação e saúde. Isso inclui projetos de capacitação e seleção de moradores para vagas de trabalho na Águas do Rio, estimadas em 5 mil novos empregos diretos, promovendo a equidade racial e de gêneros e priorizando a contratação de mão de obra local. Também há estimativa de 15 mil empregos indiretos com o início das obras de água e esgoto”, afirma a representante.

Atualmente, quem opera e mantém a captação, tratamento, adução, distribuição das redes de águas, além da coleta, transporte, tratamento e destino final dos esgotos gerados dos municípios conveniados do Estado do Rio de Janeiro é a Cedae, empresa a qual entramos em contato para obter um posicionamento relativo aos problemas de saneamento básico nas comunidades do Rio de Janeiro, e que não obtivemos retorno.

De acordo com Raphaela, a empresa que será responsável por algumas dessas atividades traçou um plano de estudo das regiões para detectar os principais problemas existentes na atual administração.


A falta de esgotamento sanitário em alguns municípios é uma realidade, principalmente em favelas e comunidades, e atuaremos na implantação desses sistemas para promover o bem-estar da população e a recuperação ambiental de importantes recursos hídricos, como a Baía de Guanabara e a Bacia do Guandu, sendo este último o principal rio para a captação e tratamento da água fornecida para a capital e Região Metropolitana do Rio de Janeiro”.


Inclusive, de acordo com a área de comunicação da empresa, repetirá na Baía de Guanabara o mesmo método que ajudou na recuperação da Lagoa de Araruama.


Para contribuir com a despoluição da Baía de Guanabara, serão investidos R$ 2,7 bilhões, nos próximos 5 anos, na construção de coletores de esgoto no entorno da Baía. Esses coletores formarão um cinturão que vai evitar que milhões de litros de esgoto sem tratamento sejam lançados nesse ecossistema, que é um dos principais cartões postais do estado. Esse é o mesmo sistema implantado ao redor da Lagoa de Araruama, degradada nos anos 2000 e hoje recuperada, com o retorno da vida marinha, que este ano bateu recorde de pescado e da atividade turística e de lazer”.


Para Raphaela, os efeitos podem não ser imediatos, mas há grande expectativa na melhora do saneamento básico no Rio de Janeiro. Para o futuro, a empresa projeta uma significativa melhora na área.


Em 10 anos, os investimentos chegarão a R$ 14,8 bilhões, alcançando a universalização dos serviços de abastecimento de água, o que significa 99% da população com acesso a água tratada. Dois anos depois, chegaremos à universalização do esgoto, com 90% dos cidadãos com acesso à coleta e tratamento. Cem por cento do esgoto coletado será tratado”.

Mais do que garantir água e esgoto, a empresa projeta melhorar a qualidade de vida e levar inclusão social, saúde, cidadania e dignidade para os cidadãos de todos os municípios de sua área de concessão, para que, assim, todos tenham condições dignas e igualitárias. O bem estar individual sempre refletirá na sociedade em geral. Portanto, entende-se que, por mais que o passado e o presente tenham se mostrado difíceis, o futuro é de grande expectativa.


 
 
 

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