Aplicativo ainda está em fase de testes (Reprodução/ Inter TV RJ)
Que os aplicativos tomaram conta das nossas vidas não temos como negar. Todos os dias usamos pelo menos um app para alguma função importante, seja para se comunicar, solicitar um carro para viagem, pedir comida ou até fazer compras.
Mas já pensou em um aplicativo para monitorar a qualidade da vida em uma lagoa e quais peixes vivem naquele ecossistema? Parece complicado, mas a ferramenta está em desenvolvimento pelo Comitê de Bacias Lagos São João.
O bando de dados do “Sentinela”, nome dado ao aplicativo, vai ser abastecido pelos próprios pescadores da Lagoa de Araruama e ainda vai contar como um comprovante de atuação na área da pesca.
A ideia do aplicativo, segundo o representante do comitê, Francisco Guimarães Neto, é o automonitoramento dos peixes. Dessa forma, a ferramenta vai reunir informações de quantos quilos de tainha ou carapeba forma pescados.
“Cada pescador e unidade produtiva em uma embarcação, em média, tem três pessoas, contabiliza quanto produz por ano e isso vai ajudar a ter acesso a políticas públicas, como a renovação do Registro Geral de Pesca (RGP). Também tem a questão de pegar financiamento no banco, uma série de coisas que o aplicativo vai ajudar”, disse.
Francisco explica que o aplicativo também terá uma área interativa em que as pessoas que verificarem algum problema ambiental na lagoa poderão tirar foto e reportar o problema para o administrador central que, por meio de uma petição online, encaminhará ao Ministério Público e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambienta (IBAMA).
Pescadores irão colocar a quantidade de peixes que pescaram (Reprodução/ Inter TV)
O aplicativo traz aos pescadores as boas ondas da tecnologia e o representante do Comitê de Bacias Lagos São João faz questão de ressaltar que a ferramenta é voltada apenas aos profissionais da pesca e que o controle dos dados será feito através do CPF e do RGP do pescador.
A expectativa do Comitê é que o aplicativo ganhe o Brasil em 2020 e vá para comunidades pesqueiras de todo o país.
Segundo Francisco, uma organização internacional está interessada em ajudar na expansão e, assim, 44 comunidades pesqueiras de todo o país poderão ter acesso.
“Uma nova versão do aplicativo também está sendo desenvolvida, pois os pescadores pediram para incluir o valor do pescador para que eles possam ter uma média anual da variação do preço”, explicou.
De acordo com Francisco, para o primeiro ano de funcionamento do “Sentinela” a expectativa é de que 100 pescadores da Lagoa de Araruama tenham acesso e, conforme outros pescadores percebam o quanto o app pode ser útil, esse número dobre e chegue entre 300 e 400 pescadores utilizando o aplicativo.
“O Sentinela representa um relatório de produção. Por exemplo, em 2013, fizemos um levantamento em Iguaba Grande que, antes do período de defeso, tínhamos 200 toneladas de peixe e em 2018 passou para 800 toneladas, ou seja, melhorou muito. Isso equivale a 6 milhões de reais aos municípios da Região dos Lagos. Olha a importância de ter em mãos essas informações”, disse.
Ele explica ainda que o monitoramento tem como objetivo mostrar a importância da produção do pescado no Brasil.