top of page
Joel Rocha e Raphael Mureb

Conhecendo e Combatendo

Diz o ditado que “prevenir é melhor que remediar”. Foi assim que a Vigilância Sanitária e Ambiental da prefeitura de Cabo Frio conseguiu reduzir o índice de doenças ligadas ao saneamento básico na cidade. No projeto “Para Combater, Temos Que Conhecer”, a educação ambiental é usada como ferramenta de prevenção. Um dos frutos do primeiro ano de trabalho é a redução do índice LIRAa, o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti - instrumento de controle do mosquito Aedes aegypti que segue as diretrizes do Ministério da Saúde, para 0,5% na última medição realizada no mês de agosto.


O programa permite o diálogo entre o poder público e a comunidade, e contribui para o fortalecimento da educação em saúde ambiental e sustentabilidade realizando práticas educativas em escolas, associações, entidades e locais públicos. A educação e mobilização são voltadas para a transformação dos hábitos e práticas sociais contrárias ao bem estar público, a conscientização do descarte correto de resíduos, o esgotamento sanitário correto, a forma correta de reservar água entre outras práticas que, se feitas da maneira incorreta, podem prejudicar à saúde coletiva.


Agentes palestrando durante a ação do projeto. (Foto: Divulgação)


A coordenadora da Vigilância Sanitária e Ambiental Municipal, Andreia Nogueira, explica que a ação vai muito além das práticas preventivas do dia a dia. “O trabalho tem como base uma inserção educacional realizada no município de Cabo Frio, com o intuito de desenvolver reflexões e ações de educação em saúde ambiental e mobilização junto ao controle social, influindo para criar bases junto ao Programa de Controle e Prevenção do Aedes aegypti no município”. A professora de biologia Bárbara Sherman afirma que a formação da consciência ambiental é o mais importante. “Precisamos através da educação ambiental formar pessoas mais responsáveis e aptas a conservar nosso planeta. Temos em todas as mídias as formas corretas de prevenção da dengue, hepatite, amebíase, etc. O que falta, na realidade, é a consciência da importância de manter hábitos saudáveis de higiene para proteger nosso planeta e consequentemente nossas saúdes”, afirma.


A iniciativa educativa vem sendo aplicada em níveis. Hoje está no 4º nível, e já colhe resultados do primeiro ano de trabalho. Os meses de fevereiro e agosto de 2019 foram considerados de risco baixo, segundo o índice LIRAa. O primeiro passo para a implementação do projeto foi a capacitação dos agentes de fiscalização, que na filosofia do projeto passaram a ser agentes socioeducativos. Para isso, doze agentes foram capacitados e realizaram um curso interno para todos os servidores do órgão, assim justificando o nome do projeto “Para Combater, Temos Que Conhecer”. A partir desse passo a comunidade passou a ser mobilizada sobre os riscos da má utilização dos recursos naturais e orientadas sobre como agir para evitar problemas futuros. Os primeiros a serem mobilizados foram as crianças, pois elas agem como facilitadores para a entrada do projeto na rotina dos moradores. Um dos agentes do combate, o biólogo Carlos Simas, destacou a importância do projeto. “Conscientizar a base da sociedade é de suma importância para a evolução de um país que sonha em ser desenvolvido. E o nosso trabalho ajuda a formar a cidadania”, ressalta.


Mutirão de conscientização em parceria com a Secretaria de Assistência Social. (Foto: Divulgação)


Na quarta etapa de implementação do projeto, a Vigilância Sanitária e Ambiental de Cabo Frio já mobiliza comunidades inteiras através de associações de moradores e realiza mutirões nos bairros, indo muito além da colocação de larvicida e a ronda do popular fumacê. O órgão utiliza baixas dosagens de inseticida, substituindo grande parte por essência de citronela, para melhor controle e equilíbrio ecológico. Utiliza também a principal e mais humanitária forma de conscientização, a explicação presencial, dialogando com os moradores da cidade, principalmente em áreas em que as informações sobre temas como saneamento e vigilância sanitária são escassas. Os resultados da conscientização foram tão animadores que vêm ganhando força em cidades vizinhas, como em Arraial do Cabo, e complementando a quinta e última etapa do projeto - a implementação da metodologia em outros municípios, que está prevista para o segundo semestre de 2019.

bottom of page