As histórias em quadrinhos mexem com a imaginação de muita gente. Vários heróis e uma série de mundos paralelos nasceram nas HQs. E são delas que vem a inspiração para esta narrativa. A diferença é que aqui muitas vidas podem chegar ao fim de verdade. Pra começar, vem aí o anti-heroi.
Anti-herói é o protagonista que normalmente não tem as qualidades de um mocinho. Mas ele também não é de todo mau. Na vida real, é o nome que se poderia atribuir ao plástico. Ele tem muitas utilidades, mas, se dispensado de forma incorreta, pode virar um legítimo anti-herói.
A praticidade e higiene fizeram do material um “queridinho” dos humanos por várias décadas. O primeiro plástico sintético foi desenvolvido no início do século passado. Em pouco tempo, o produto evoluiu. Depois da Segunda Guerra Mundial, a indústria do plástico viveu uma grande expansão, desenvolvendo dezenas de novos materiais. Foi a chamada “Revolução do plástico”. Na década de 1960, surgiu o plástico de uso único – aquele utilizado na fabricação de canudos, copinhos e colheres. O novo material conquistou os consumidores por ser completamente descartável e dispensar a tarefa de lavar louça.
O plástico também mudou nossa forma de ver e ouvir. Seja no cinema, por meio dos rolos de fitas, e os CDs, permitindo uma grande produção e distribuição dos filmes a que assistimos. Seja na música, pois até os meados do século 20, só era possível escutar músicas diretamente dos instrumentos e com a criação de discos de vinil, gravações em cassetes e em CDs, tornou a música mais acessível para todos os públicos em uma grande escala.
VIVER SEM O PLÁSTICO HOJE ESTÁ SE TORNANDO IMPOSSIVÉL...... E ESSE É O PROBLEMA
O plástico é o culpado pela morte de 100 mil animais marinhos a cada ano, segundo o relatório elaborado em 2016 pela fundação Ellen Mac Arthur juntamente com a consultoria McKinley. O mesmo estudo afirma que em 2050 os oceanos terão mais plásticos do que peixes. Entre os materiais mais encontrados, o canudo lidera a lista. Em seguida, vêm as sacolas plásticas, redes de pesca, bitucas de cigarro e tampinhas de garrafas pet. A situação ficou tão crítica que algumas cidades até começaram a proibir o uso de itens como canudos, copos e sacolas plásticas. É o caso de Arraial do Cabo. Hoje todo o estado do Rio de Janeiro adotou a medida. Mas será que retirar apenas alguns materiais de circulação é o suficiente, uma vez que outros objetos de plástico estão ainda em circulação? “Não é uma solução para o problema dos plásticos descartados no ambiente, mas já minimiza. Precisamos de uma mudança maior, pois temos muitos materiais plásticos”, afirma a coordenadora de engenharia ambiental Flávia Targa.
As donas de casa vêm sentindo o impacto, desde a proibição das sacolas. Como é o caso da dona Arlete “Ecologicamente falando as pessoas vão parar de jogar sacos plásticos na rua, porque quando sai do bolso as pessoas tomam mais cuidado. Quando a gente pode pegar, pega várias já na ecológica não há um controle”. Entretanto ela complementa que aproveita as sacolas do mercado para colocar o lixo.
O descarte inadequado faz com que muitos materiais plásticos caiam na rede de tratamento de esgoto. Em abril deste ano, a Prolagos chegou a ser multada devido à grande quantidade de resíduos encontrados nas tubulações da rede pluvial. Mas a empresa recorreu com base na lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que busca normatizar o descarte do lixo, ou seja, não só as empresas, mas também a população deve fazer a sua parte quando o assunto é o descarte correto do lixo.
Por entender que esse é um assunto importante para todos, a Prolagos desenvolve uma série de projetos educativos. Seja através de premiações ou de palestras em escolas, a empresa encontrou uma forma de conscientizar as famílias a partir de crianças e jovens. O projeto CaptaAção é um exemplo. Por meio de trabalhos artísticos, os estudantes de Cabo Frio são levados a refletir sobre o saneamento e como o plástico pode ter um novo significado. Sendo transformado em arte.
Prolaguito, o mascote da Prolagos, em: O que fazer com o plástico?
Como se pode ver, a história da vida real é marcada por boas iniciativas e por ações inconsequentes. Bem e mal convivem o tempo todo. Mas diferentemente das histórias em quadrinhos, o fim não pode ser reinventado ou reescrito a partir de um simples trabalho de imaginação. Na vida real, é preciso agir. E já está comprovado, salvar o planeta não depende do governo, de uma instituição e, muito menos, de forças sobrenaturais. É missão de todo cidadão. Cabe a cada um escolher o papel de vilão ou mocinho.
E você, qual personagem vai assumir?
Ilustrações por: Amanda Sbano e Sabrina Souza
Arte Prolaguito: Divulgação Prolagos