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Alexsandro Simas

Cinema na Região dos Lagos: Regaste da memória através do audiovisual

Documentarista cabo-friense Lucas Müller leva a cultura da cidade para fora

A Região dos Lagos tem sua cultura, mas a memória vem sendo substituída pelo esquecimento da população. Com os avanços da tecnologia e da globalização, estamos vivendo cada vez mais em um mundo lotado de sons, imagens e informações. Tudo está interligado, assim estreitando os laços e formando a cultura. Por isso, como forma de resgatar a memória a utilização do audiovisual se torna um meio de reconstrução de identidade. O cinema sempre foi um dos meios de comunicação mais famosos, de uns anos para cá ele vem se estabelecendo cada vez mais. Com isso, as pessoas passam a consumir ainda mais os grandes sucessos, esquecendo os projetos independentes que não visam lucro e sim levar conhecimento para as pessoas.


Para Lucas Müller, nascido em Cabo Frio que mais pelo cinema teve que se mudar e hoje tornou-se documentarista. Seus filmes já foram exibidos em diversos locais. Trabalhou como diretor de fotografia e roteirista do filme “ A Noite dos Tempos” que conta a história da cidade de Cabo frio, na Região dos Lagos (RJ). O documentário relata a criação da cultura cabo-friense, através de entrevistas que abordam todos os aspectos da cidade no decorrer dos anos.


Lucas Müller Foto: Jéssica Santos

O filme foi exibido em festivais em Cabo Frio e na VII Semana Fluminense de Patrimônio, na cidade do Rio de Janeiro, no qual dentre os 600 filmes inscritos, apenas seis foram exibidos, sendo um deles “A Noite dos Tempos”. Seus filmes foram exibidos em diversos lugares do mundo, dentre eles Bielorrússia, Espanha, Estados Unidos, Itália, Colômbia, entre outros. Breve o documentarista irá disponibilizar outro curta: “ Temos um curta documentário que colocaremos também, "Depois, o Inverno", sobre a vida do primeiro diretor brasileiro a filmar na cidade, Gerson Tavares”.


Segundo Müller o filme “Antes, o Verão”, de Gerson Tavares é uma obra-prima gravada na cidade de Cabo Frio na década de 60, em pleno Cinema Novo – apesar de ter um contexto existencialista parecido com os cinemas francês e italiano da época. Outros dois filmes que foram filmados na cidade de Cabo Frio, foram: “Areias Ardentes” em 1954, do croata J. B. Tanko e “Os Cafajestes” Ruy Guerra, em 66.


Juan Lessa, admirador de cinema, conhecia essa temática voltada para a memória. Soube do trabalho de Lucas Muller através de uma edição do Curtaí, em que Juan e seu grupo estavam presentes. “ Tem um trabalho lindo, o que ele faz de resgate de memória em Cabo Frio”. Mas admite que no Brasil é difícil, pois existem diversos problemas, principalmente quando se trata de pequenas produções, não tendo o apoio do governo e nem do Ministério da Cultura.


“Cinema em geral e cultura são muito importantes para população porque através deles as pessoas podem visualizar entender um tipo de arte que é a arte audiovisual, instrumentos contam histórias”, afirma Juan. Para ele, o filme espalha a democracia e marca a história evitando o esquecimento.


Muitas pessoas não tiveram acesso as obras produzidas em nossa Região, tudo isso faz parte da história da nossa gente, do nosso país. É dever de cada cidadão ter acesso a memória e cultura de seu local, do mesmo jeito que você teve acesso, passe para outras pessoas, incentive a memória principalmente nos tempos de hoje. Como diz Paulo José de Oliveira: “Um povo que não se preocupa em preservar sua memória perde-se na história e se aniquila a curto prazo, na sua cultura”




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