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Larissa Vilarinho

Da desilusão ao empreendimento online: como um ‘tchau’ pode ser o começo de algo novo

Redes sociais... talvez elas sejam uma das maiores invenções do século XXI. Mas uma coisa é certa: elas mudaram a forma como as pessoas vivem ao permitir que uma foto seja postada instantaneamente após ser tirada, fazer chamadas de vídeos, postar imagens que ficam apenas 24h disponíveis, interação com os seguidores e transmissões ao vivo. Essas são apenas algumas das ferramentas que surgiram junto com o esse fenômeno. Porém, além disso, as redes socais também viraram uma forma de negócio e uma ferramenta de como empreender online.

De acordo com dados da Equipe do Goobec, cerca de 1 bilhão de usuários estão cadastrados no Instagram. A rede social que virou uma queridinha nos últimos anos é usada por Juliana Gripp, de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, como forma de empreendimento.

Juliana tem um brechó na rede social chamado “Tchau, Querida”, onde tem quase 2 mil seguidores e vende roupas e assessórios para clientes de todo o Brasil. A trajetória de Juliana na plataforma começou em outubro de 2018 depois de ter uma desilusão de trabalho após ter rendado uma empresa.

“Eu dei tudo de mim na época e acabou não dando certo, essa empresa foi passada para outra pessoa e eu me vi com um monte de dívidas e obrigações a cumprir. Eu sou casada e tenho 2 filhos. Além das obrigações financeiras que eu tinha com essa empresa que não deu certo, eu tinha uma vida a seguir pela frente”, disse.

Juliana conta que sempre foi uma pessoa consumista e adora comprar roupa, mas se viu no desespero, precisando fazer dinheiro rápido, e foi quando algumas amigas deram a ideia de que ela abrisse o guarda-roupa e vendesse algumas das peças que não precisava.

“Eu comecei timidamente postando no meu Instagram pessoal. Eu tinha mania de ser muito apegada às roupas e elas eram tão queridas. Tive que aprender a dar tchau e foi daí que surgiu o nome [do perfil na rede social] e as coisas foram acontecendo. Foram fluindo e até que eu montei um Instagram próprio para o brechó”, contou.

Além das próprias peças de roupa, a empresária recebeu doações de algumas amigas que a incentivaram e fizeram uma limpa em seus guarda-roupas. Juliana agora também recebe peças de fornecedoras em trabalho consignado.

A empreendedora contou como são selecionadas as peças que serão expostas no Instagram.

“Eu faço uma pré-seleção através de fotos encaminhadas pelo WhatsApp ou Instagram. Depois, separo as que fazem mais o meu estilo e combino de recolher as peças. Recolho, faço outra análise para ver o estado da peça, se está em condições de reuso e, principalmente, revenda. Coloco os preços com base nas informações como por exemplo: valor pago pela peça, tempo de uso, entre outros”, explicou Juliana.

Ela ainda conta que, quando ela não tem essas informações, ela faz uma busca na internet pela marca ou, se for de marca desconhecida, equipara às peças parecidas e precifica de acordo com o praticado por ela e repassa a precificação à fornecedora. Depois aguarda a autorização do valor.

“Autorizado, dou o ‘Tchau, Querida”, brincou a empreendedora.

A empresária conta que ainda não conseguiu quitar todas as dívidas e, além do brechó, trabalha na secretaria de uma escola. No Instagram, o trabalho é realizado sozinho, mas revela que, algumas vezes, recebe ajuda do marido e do filho mais velho.

Ela explica que o marido a leva até a casa da mãe, onde guarda as roupas e montou um espaço que ainda não abriu para o público. Os planos de Juliana é que o atendimento no espaço físico do brechó seja feito de forma personalizada e com hora marcada para os clientes.

A empreendedora conta que vai até o local pelo menos duas vezes na semana para fotografar as peças para postar na rede social. Ela diz que o filho às vezes ajuda fazendo as entregas de alguma roupa ou também indo receber alguns pagamentos.

“Normalmente, ele sai da aula e leva, aí tem que receber em algum lugar, ele vai e leva a máquina de cartão. São esses tipos de ajuda, mas no geral sou eu sozinha mesmo”, conta.

Além de ser mãe, cuidar do Instagram e trabalha na escola, Juliana também participa de encontros de brechós na Arpe, um espaço em Nova Friburgo. Ela já participou de cinco encontros, sendo um deles para comemorar o aniversário do “Tchau, Querida”. Como presente, a empreendedora disse que ganhou uma arara fixa em uma loja de bijuterias da cidade.

Juliana diz estar apaixonada pela nova função que é vender peças pelo Instagram. Ela conta que desde que criou o perfil, não viu nenhuma desvantagem em empreender pela plataforma.

Para ela, o Instagram deixou o Facebook para trás, apesar de ainda usá-lo por ter algumas clientes fiéis na rede social. Para ela, o Instagram tem como vantagem o fato de ser fácil e prático.

“A imagem é grande e, quando bem produzida, atrai ainda mais o meu público. Como todas as vendas pela internet, a comodidade ‘reina’, né?! Ninguém precisa se despencar até uma loja para comprar o que quer. Os stories e o IGTV [ferramentas do Instagram] aproximam o cliente da realidade da empresa, isso é muito maneiro”, afirmou.


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