A erva pode ajudar em diversos sintomas do câncer, ansiedade e depressão, entre outros
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Na China, a Cannabis foi descrita em manuscritos por volta de 2737 a.C como uma planta de ótima qualidade e importância. Acreditava-se que ela possuía diversas funcionalidades na concepção etnomédica chinesa. No ocidente, quem introduziu a erva na medicina foi o doutor William Brook O’Shaughnessy, em 1839, realizando os primeiros testes clínicos, conferindo resultados positivos em casos de reumatismo, cólera e convulsões.
Já a medicina moderna observou mais benefícios na Cannabis do que as apresentadas nos manuscritos chineses ou pelo doutor O’Shaughnessy. A planta possui quase 100 (cem) ativos com potenciais terapêuticos, dentre eles o tetraidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), os quais estão sendo estudados para fins medicinais.
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Um estudo conduzido por pesquisadores do Hospital Sírio Libanês junto à Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, mostra que o uso de substâncias extraídas da Cannabis pode ajudar em diversos sintomas de pacientes com câncer, ansiedade e depressão.
O estudante universitário, que prefere não se identificar, por ser tratar, segundo ele, de “um tema delicado”, dá sua opinião sobre o uso da erva medicinal.
“Eu apoio que a medicina e a sociedade caminhem para a utilização de qualquer substância que possa ser considerada medicamento. Se ajuda na saúde das pessoas, deveria vir em primeiro lugar antes do preconceito”.
Em um artigo publicado pelo médico e cientista Drauzio Varella, é mencionado que o THC diminui a pressão interna dos olhos – provocada pelo glaucoma –, náuseas de quimioterapia, melhora de apetite em doentes com AIDS e anorexia, além da amenização de dores crônicas.
Porém, de acordo com a Psicóloga Clínica e Especialista em Dependência Química, Maria Alice Kita “O THC pode causar dependência e provocar psicoses em quem tem propensão. Em crianças e adolescentes também, uma vez que seus cérebros ainda estão em formação até os 23 e 25 anos de idade”. Além disso, o THC é proibido no Brasil.
Já o CBD tem efeitos anti-inflamatórios e pode tratar enfermidades como a artrite reumatóide, lesões ulcerativas, doenças de Crohn, entre outras. O fator limitante para a utilização do CBD, no país, é que apenas Neurologistas, Psiquiatras e Neurocirurgiões tem a permissão de prescrever o componente para casos específicos de epilepsia.
(Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Vida/noticia/2019/02/oms-quer-classificacao-mais-branda-para-maconha-em-tratados-internacionais.html)
Alguns pacientes encontram dificuldades para adquirir medicamentos compostos pela planta, recorrendo ao consumo ilegal da erva. Por mais que haja uma vasta bibliografia da Cannabis e seus benefícios, os estudos ainda se encontram em andamento por não possuírem testes seguros para os efeitos colaterais.