Como a falta de qualidade da água modificou a vida das pessoas em relação à higiene no meio da pandemia
Por: Aline Izabele, Ana Queiroz, Lucas Souza, Mariana Sabino e Sabrina Marques
A importância da água para a vida do ser humano é inquestionável. Esse valor ganhou um peso a mais durante a pandemia de COVID-19, principalmente depois que a OMS divulgou a necessidade da higiene pessoal como uma das medidas de combate ao vírus. Porém, a impossibilidade de se higienizar adequadamente, no Estado do Rio de Janeiro, acarretou um aumento nas contaminações.
De acordo com Gabriela Negreiros, coordenadora de operações da Prolagos, “água é essencial para a preservação da vida, ela proporciona saúde e bem-estar social.” Contudo, a questão da qualidade hídrica é um caso que ganhou bastante destaque no começo do ano passado. Antes da crise do coronavírus passar a ser classificada como pandemia, a cidade do Rio já enfrentava problemas com a qualidade e distribuição desse recurso. Isso obrigou moradores dos locais afetados a comprarem água para a realização de atividades cotidianas, como cozinhar, tomar banho e lavar a louça.
É o caso de Manuela Brasil (27), moradora da Ilha do Governador, que afirma que tinha medo de usar a água que chegava em casa. Segundo a arquiteta, a situação foi precária, pois houve encarecimento dos produtos e aumento do gasto. “Sem falar a higiene que a pandemia exige e a gente não confiava na água que saía da torneira”. A preocupação com a segurança da família e o bem-estar não são exclusividades de Manuela.
Dados divulgados pelo EcoDebate mostram que no município do Rio de Janeiro um milhão de pessoas não têm saneamento básico. A Fundação Getúlio Vargas também afirma que 12,8% da população brasileira vive abaixo da linha da pobreza e, com a questão da precariedade da qualidade de distribuição e a necessidade da compra de garrafas d’água, acaba se tornando um fator que afeta ainda mais essa parcela da população e a torna vulnerável.
Douglas Peixoto, morador de Tamoios (Segundo Distrito de Cabo Frio), é uma dessas pessoas que também enfrentaram dificuldades durante a pandemia. Assim como Manuela, ele sofreu com falta de abastecimento e qualidade hídrica. “Fiquei sem água durante quatro dias, mesmo com as contas pagas. Liguei para a concessionária e ninguém atendeu e apenas conversava com a inteligência artificial pelo Whatsapp”.
Foto da coloração da água na casa de Douglas. Fonte: Arquivo pessoal
Um dos momentos mais extremos por que passou foi quando precisou se deslocar cerca de 25 quilômetros até outra cidade por problemas de abastecimento. “Algumas vezes eu tinha que ir a Rio das Ostras para lavar minhas roupas.”
Foto do percurso feito pelo Douglas de Tamoios para Rio das Ostras. Fonte: Google Maps
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Na Região dos Lagos a Prolagos tem feito investimentos e projetos. A coordenadora de operações da empresa afirma que nos próximos cinco anos a concessionária irá destinar aproximadamente R$1 bilhão de reais para o saneamento. “Será realizada a ampliação do sistema de esgotamento sanitário com implantação de rede separativa para atender, neste modelo, 50% da população na primeira fase do projeto”.
Foto da Lagoa de Araruama em 2020. Fonte: Rádio Litoral FM / Diário de Araruama
A concessionária também oferece apoio em mutirões de limpeza na Lagoa de Araruama, na Lagoa de Juturnaíba e nas praias locais. Gabriela Negreiros destaca o programa “Revivendo Águas Claras”. “O objetivo da iniciativa é difundir o conhecimento, estimulando o compromisso da população para a recuperação e conservação das matas ciliares dos rios que desaguam no manancial de Juturnaíba”. O projeto consiste, por meio da restauração florestal, na melhoria da qualidade das águas e nas áreas no entorno do reservatório.
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